quinta-feira, 11 de junho de 2009
Noção de Espaço
Em primeiro lugar, a criança percebe a posição de seu corpo no espaço. Depois, a posição dos objetos em relação a si mesma e, por fim, aprende a perceber as relações das posições dos objetivos entre si.
Todas as percepções sensoriais (visão, audição, tato) nos levam às propriedades dos diversas objetos e nos permitiriam uma catalogação, uma classificação, um agrupamento deste no sentido de uma maior organização do espaço.
DEFINIÇÃO DE ESTRUTURAÇÃO ESPACIAL
•A tomada de consciência da situação de seu próprio corpo em um meio ambiente, isto é, do lugar e da orientação que pode ter em relação às pessoas e coisas;
•A tomada de consciência da situação das coisas entre si;
•A possibilidade, para o sujeito, de organizar-se perante o mundo que o cerca, de organizar as coisas entre si, de colocá-las em um lugar, de movimentá-las.
DESENVOLVIMENTO DA ESTRUTURAÇÃO ESPACIAL
A estruturação espacial não nasce com o indivíduo. Ela é uma elaboração e uma construção mental que se opera através de seus movimentos em relação aos objetos que estão em seu meio.
Os mundos interno e externo são indistintos para o recém nascido.
Aos três meses, sua imagem de corpo começa a se elaborar.
Entre o sexto e nono mês, se percebe uma primeira separação entre seu corpo e o meio ambiente.
Aos três anos, a criança já tem uma vivência corporal.
A exploração do espaço inicia-se, desde o momento em que ela fixa o olhar em um determinado objeto e tenta agarrá-lo. Depois a locomoção permite-lhe dirigir-se aos locais ou aos objetos que quer alcançar.
A verbalização que auxiliará na designação dos objetos constitui um fator muito importante para a organização da vivência do espaço e, também, para um melhor conhecimento das diferentes partes do corpo e de suas posições. Todo objeto, desde o momento em que ele é nomeado, faz o papel de organizador do espaço próximo circundante, permitindo construir o espaço que o rodeia.
Para que uma criança perceba a posição dos objetos no espaço, precisa, primeiramente, ter uma boa imagem corporal, pois usa seu corpo como ponto de referência. Ela só se organiza quando possui um domínio de seu corpo no espaço. Isto significa que ela apreende o espaço através de sua movimentação e é a partir de si mesma que ela se situa em relação ao mundo circundante. Numa verdadeira exploração motora inicial, ela necessita pegar os objetos, manuseá-los, jogá-los, agarrá-los, lançá-los para frente, para trás, para dentro e fora de determinado lugar.
Para a criança assimilar os conceitos espaciais precisa, também, ter uma lateralidade bem definida, o que se dá por volta de 3-4 anos. Ela torna-se capaz de diferenciar os dois lados de seu eixo corporal e consegue verbalizar este conhecimento por volta 5-6 anos , sem o que fica difícil distinguir a diferentes posições que os objetos ocupam no espaço.
A criança aprende também as noções de:
•Situações (dentro, fora, no alto, abaixo, longe, perto);
•Tamanho (grosso, fino, grande, médio, pequeno, estreito, largo);
•Posição (em pé, deitado, sentado, ajoelhado, agachado, inclinado);
•Movimento (levantar, abaixar, empurrar, puxar, dobrar, estender, girar, rolar, cair, levantar-se, subir, descer);
•Formas (círculo, quadrado, triângulo, retângulo);
•Qualidade (cheio, vazio, pouco, muito, inteiro, metade);
•Superfícies;
•Volumes.
DIFICULDADES NA ESTRUTURAÇÃO ESPACIAL
São diversos os motivos que impedem o pleno desenvolvimento da criança, como por exemplo:
•Limitação de seu desenvolvimento mental e psicomotor;
•Crianças tolhidas em suas experiências corporais e espaciais e que não têm oportunidades de manipular os objetos ao seu redor;
•As que não desenvolveram a noção de esquema corporal, acarretando prejuízo na função de interiorização;
•As que não conseguiram ainda estabelecer a dominância lateral e nem assimilaram as noções de direita e esquerda através da internalização de seu eixo corporal;
•Insuficiência ou déficit da função simbólica. A criança é incapaz de associar termos abstratos como direita e esquerda
•Dificuldade de representação mental das diversas noções.
•Muitas crianças não conseguem assimilar os termos espaciais e confundem-se quando se exige uma noção de lugar, de orientação, tanto no recreio, quanto nas salas de aulas.
•Às vezes, conhecem os termos espaciais, mas não percebem as posições. Muitas têm dificuldades em perceber as diversas posições, colocando em risco sua própria aprendizagem, pois não discriminam as direções das letras. Ex: "n" e "u", "ou" e "on", "b" e "p", "6" e "9", "b" e "d", "p" e "q", "15" e "51".
•Crianças que, embora percebam o espaço que as circundam, não têm memória espacial. Algumas esquecem, ou confundem os significados dos símbolos representados pelas letras gráficas.
•A falta de organização espacial é um fator muito encontrado, inclusive nos adultos. Significa que o indivíduo está constantemente se chocando e esbarrando nos objetos.
•Apresenta muitas vezes indecisões quando tem que se desviar de um obstáculo, não sabendo para que lado deve ir.
•Além disso, não consegue ordenar e organizar seus objetos pessoais dentro de um armário ou uma gaveta.
•Não consegue prever a trajetória de uma bola ou de um objeto qualquer quando este é atirado em determinado alvo.
•Pode possuir falta de orientação espacial no papel.
•Na escrita não respeita a direção horizontal do traçado, ocorrendo movimentos descendentes ou ascendentes e não consegue escrever em cima da pauta.
•Na leitura e na escrita, tem dificuldades em respeitar a ordem e a sucessão das letras nas palavras e das palavras nas frases.
•Possui incapacidade em locomover os olhos durante a leitura obedecendo ao sentido esquerda-direita e chegando mesmo a saltar uma ou mais linhas.
•Na matemática, poderá apresentar dificuldades em organizar seus números em fileiras e acaba misturando o que é dezena, centena e milhar.
•Terá dificuldade em classificar e agrupar os elementos.
•Dificuldade em reversibilidade e transposição (conseguida a partir de 8 anos). A noção de reversibilidade possibilita, pouco a pouco, às crianças a compreensão de igualdades como: 8 + 5 = 3 + 10 7 X 3 = 3 X 7 10 - 3 = 7
•Dificuldade para compreender relações espaciais.
•A criança não percebe o que muda de uma figura para outra nas representações espaciais.
•Não percebe as relações como a simetria, inversão, transposição, elementos adicionados ou subtraídos.
•Não consegue realizar desde progressões mais simples como tamanho, quantidade, ritmos e cores, como progressões mais complexas, como a variação de dois ou mais elementos numa ordem de sucessão e simultaneidade, ou mesmo compreensão das relações existente entre as diversas orientações junta.
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