terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Disgrafia motora (discaligrafia)

Seu filho tem estado inquieto, com lentidão para escrever ou a letra está ilegível?
 Se a resposta foi positiva, observe bem o caderno escolar e as atitudes da criança, pois ela pode estar com disgrafia, termo que representa a incapacidade de escrever corretamente.



Disgrafia é uma alteração da escrita normalmente ligada a problemas perceptivo-motores.

A disgrafia é também chamada de letra feia. Isso acontece devido a uma incapacidade de recordar a grafia da letra. Ao tentar recordar este grafismo escreve muito lentamente o que acaba unindo inadequadamente as letras, tornando a letra ilegível.

Algumas crianças com disgrafia possui também uma disortografia amontoando letras para esconder os erros ortográficos. Mas não são todos disgráficos que possuem disortografia.

A disgrafia, porém, não está associada a nenhum tipo de comprometimento intelectual.

Características:
- Lentidão na escrita.
- Letra ilegível.
- Escrita desorganizada.
- Traços irregulares: ou muito fortes que chegam a marcar o papel ou muito leves.
- Desorganização geral na folha por não possuir orientação espacial.
- Desorganização do texto, pois não observam a margem parando muito antes ou ultrapassando. Quando este último acontece, tende a amontoar letras na borda da folha.
- Desorganização das letras: letras retocadas, hastes mal feitas, atrofiadas, omissão de letras, palavras, números, formas distorcidas, movimentos contrários à escrita
-Desorganização das formas: tamanho muito pequeno ou muito grande, escrita alongada ou comprida.
-O espaço que dá entre as linhas, palavras e letras são irregulares.
-Liga as letras de forma inadequada e com espaçamento irregular.

O disgráfico não apresenta características isoladas, mas um conjunto de algumas destas citadas acima.

Tipos:
Podemos encontrar dois tipos de disgrafia:
Disgrafia motora (discaligrafia): a criança consegue falar e ler, mas encontra dificuldades na coordenação motora fina para escrever as letras, palavras e números, ou seja, vê a figura gráfica, mas não consegue fazer os movimentos para escrever
Disgrafia perceptiva: não consegue fazer relação entre o sistema simbólico e as grafias que representam os sons, as palavras e frases. Possui as características da dislexia sendo que esta está associada à leitura e a disgrafia está associada à escrita.

Sabe-se que é necessário adquirir certo desenvolvimento ao nível de:

- coordenação visuo-motora para que se possam realizar os movimentos finos e precisos que exigem o desenho gráfico das letras;
da linguagem, para compreender o paralelismo entre o simbolismo da linguagem oral e da linguagem escrita;
-da percepção que possibilita a discriminação e a realização dos caracteres numa situação espacial determinada; cada letra dentro da palavra, das palavras na linha e no conjunto da folha de papel, assim como o sentido direcional de cada grafismo e da escrita em geral.

Orientações para os pais e Escola

- Estimular a memória visual através de quadros com letras do alfabeto(maiúsculas e minúsculas), números.
- Não exigir que a criança escreva vinte vezes a palavra, pois isso de nada irá adiantar.
-Não reprimir a criança e sim auxiliá-la positivamente.
-Reforçar o aluno de forma positiva sempre que conseguir realizar uma conquista.

-Na avaliação escolar dar mais ênfase à expressão oral e adaptações da prova (tamanho do espaço para escrita e na matemática(pode deixar utilizar a folha papel quadriculado 0,7x0,7 cm na escrita e na matemática - adição,subtração)
-Evitar o uso de canetas vermelhas na correção dos cadernos e provas.
-Conscientizar o aluno de seu problema e ajudá-lo de forma positiva.

 O aperfeiçoamento da escrita tende a compensar os déficts na mesma, na medida em que se pretende melhorar os fatores funcionais que afetam o ato de escrever. Deste modo apresentam-se alguns recursos e exercícios que poderão ser úteis neste domínio.
A) Pautas
- Lisa unilineal: permite à criança apoiar corretamente a escrita, mas não dá resposta aos problemas de dimensão ou espaçamento.


- Lisa de duas linhas: as letras baixas são adequadamente situadas entre duas linhas, o que compensa parcialmente o problema das dimensão das letras.

- Quadriculdada: permite adequar a escrita em termos de dimensão e espacialização. Convém utilizar quadrículas grandes para que a criança não tenha de fazer um esforço perceptivo suplementar e desnecessário.

B) Exercícios de Aperfeiçoamento
-Transtornos de proporção
O uso de pautas quadriculadas pode corrigir os transtornos de dimensão das letras. Deve-se dar à criança algumas orientações: as letras ascendentes ou descendentes ocupam três quadrados, as letras baixas apenas uma.

- Transtornos de ligação entre entre letras
• Exercícios de reaprendizagem da forma das letras.
• Exercícios de repassar palavras e frases sem levantar o lápis.
• Pôr palavras com letras separadas para que a criança as una de forma correta.

- Transtornos de Espaçamento
O uso de pautas quadriculadas com o estabelecimento de deixar três quadriculas entre as palavras pode ajudar na homogeneidade do espaçamento.

- Posição do corpo (controle postural/apoio dos pés no chão)
-Posição da mão/dedos
-Posição do papel





Posições incorretas frequentes na disgrafia:


• o lápis é segurado com a colocação de dedo polegar por cima do mesmo. Desta forma, a mão cansa-se mais, uma vez que o dedo polegar tem uma função de suporte e ao colocar-se em cima do lápis atrasa a escrita e provoca sensações dolorosas ou de fadiga na mão.

• flexão excessiva de um ou vários dedos durante a escrita, o que gera sensações desagradáveis durante a escrita.

• inadequada postura do ângulo que forma a mão ao escrever com o papel. É mais comum entre canhotos, mas também acontece nos destros. Esta posição leva a fadiga e sensações dolorosas do punho.

• a criança segura o lápis com os dedos indicador e polegar.Progressivamente a criança deve ser ensinada a utilizar a pinça fina (indicador, polegar e médio).


A criança segura o lápis com os dedos indicador e polegar e estabiliza no dedo médio.Os dedos anular e mínimo tem a função estabilidade.Mobilidade na escrita são os dedos pinça fina (indicador e polegar).














10 comentários:

  1. Obrigada por abordar este tema tenho uma filha de 10 anos e desconfiei que tinha algo erado a escola só sabia reclamar da letra e mandar fazer caligrafia agora eu posso tentar ajuda-la.!!
    Um grande abraço
    Graziele

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  2. Tenho um filho de 10 anos, que aos 6 anos foi diagnosticado Disgrafico, desde então e uma grande maratona, devido a pressão na escola, por professores ele desenvolveu tbm uma depreção infantil, fiz terapia um ano com psicologo, fono, mas a melhora foi muinto pouca. O que eu posso fazer para melhorar a vida do meu filho?

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  3. PErfeito, só uma duvida, a avaliação de Disgrafia é feito por Terapeuta Ocupacional??

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  4. O meu filho tem 7anos, ele começou apresentar dificuldades na escrita. Ontem nos passamos com um neuro com especialização em defit de aprendizagem. Ele pediu uma tomografia sem contraste e nos encaminhou para uma fono e uma neuropsicologica onde fará alguns testes para verificar a parte motora, defitatencional... espero ter ajudado.

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  5. Meu filho apresenta as características de disgrafia, ano passado, sua professora e eu estávamos trabalhando juntas para auxilia-lo mas esse ano mudamos de estado, e na nova escola ainda não consegui fazer a professora entender, e buscar avalia-lo não somente pela escrita. Sua notas abaixaram muito, mas ele compreende bem os conteúdos, mas quando escreve, nem ele entende sua letra,e a professora acaba avaliando a prova escrita. Estou me informando mais e buscando exercícios que o auxilie.

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  6. Qual profissional podemos procurar para auxiliar a criança com letra feia (Disgrafia)?

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  7. Busquei relembrar o conceito de disgrafia e encontrei o esclarecimento acerca da disortigrafia, que vai me ajudar a refazer as atividades de uma criança que atendo. Muito bom, Johanna. Obrigada.

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  8. Busquei relembrar o conceito de disgrafia e encontrei o esclarecimento acerca da disortigrafia, que vai me ajudar a refazer as atividades de uma criança que atendo. Muito bom, Johanna. Obrigada.

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